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TIC Educação 2024: avanços históricos na conectividade e os próximos passos para transformar acesso em aprendizado

Recentemente, foi divulgado a Pesquisa TIC Educação 2024, que realizada desde 2010, tem o objetivo de mapear o acesso, o uso e a apropriação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em escolas públicas e privadas de educação básica. 


Os resultados e a análise realizada anualmente pelo  Cetic.br/NIC.br, revelam um avanço expressivo na jornada da educação conectada no Brasil. Isto é, pela primeira vez, a conectividade se aproxima da universalização em número de escolas atendidas.


Mais do que marcos quantitativos, os resultados de 2024 consolidam um novo cenário para a formulação de políticas públicas voltadas à equidade digital. Com a conectividade deixando de ser o principal gargalo, o foco agora se desloca para um novo desafio: transformar o acesso em aprendizagem significativa, garantindo que a tecnologia seja de fato incorporada às práticas pedagógicas das redes de ensino em todo o país.


Quais os principais números e conquistas no cenário?


Pensando nisso, e de maneira comparativa aos estudos e análises anteriormente divulgadas nas pesquisas realizadas pela TIC, podemos ver avanços expressivos no cenário educacional. 


Quando a MegaEdu nasceu, em 2022, a realidade era muito diferente. Segundo dados do Censo, entre as 138 mil escolas públicas do Brasil, cerca de 22 mil estavam completamente desconectadas, ou seja, sem acesso à internet e sem dispositivos adequados. 


Hoje, conforme registros da TIC Educação 2024, 96% das escolas têm internet - um salto significativo frente aos 78% registrados em 2020


Entre todos os resultados, tivemos então: 

  • 96% das escolas brasileiras têm acesso à internet;

  • 88% contam com Wi-Fi em sala de aula;

  • Escolas rurais tiveram um salto de 52% em 2020 para 89%;

  • Escolas municipais foram de 71% para 94% no mesmo período;

  • 47% das escolas oferecem computadores aos estudantes;

  • 26% possuem laboratórios móveis (carrinhos com notebooks ou tablets);

  • 62% dos professores da rede pública usam tecnologia em sala, mas apenas 54% tiveram formação recente.


Mas, o que esses números representam? 


Os avanços em infraestrutura são robustos e revelam um novo patamar para a educação brasileira. A conectividade, que ainda é um dos principais gargalos da educação pública, agora se consolida como ponto de partida para uma transformação mais ampla e duradoura.


Avanço em territórios rurais


O salto no acesso à internet em escolas localizadas em áreas rurais, como retratado acima, é um dos exemplos mais emblemáticos. Afinal, se trata de um avanço estratégico, pois é justamente nesses territórios que as desigualdades de aprendizagem são mais acentuadas. 


As pesquisas sobre desigualdades educacionais, como o mapeamento do Centro Lemann e D³e, apontam que escolas rurais e de menor nível socioeconômico historicamente enfrentam maiores lacunas de infraestrutura, conectividade e recursos pedagógicos

Com os dados da TIC Educação 2024 mostrando um avanço tão expressivo no acesso à internet, vemos que parte dessas lacunas está sendo reduzida (embora ainda haja muito a fazer, especialmente em garantir dispositivos, qualidade de conexão e uso pedagógico).


Além disso, a melhoria no acesso entre escolas municipais, que saltaram de 71% para 94% com internet no período de 2020 a 2024, aponta para a consolidação de políticas públicas que, com o apoio de organizações técnicas como a MegaEdu, têm sido efetivas em alcançar as redes. 


Comportamento positivo de estudantes perante a tecnologia


Sete em cada dez alunos do ensino médio já utilizaram ferramentas de IA generativa, como ChatGPT ou Gemini, para atividades escolares. A Unesco reconhece essa tendência como um fenômeno global: em países de alta renda, mais de dois terços dos estudantes já usam essas ferramentas para aprender. No Brasil, isso revela não apenas acesso, mas autonomia dos estudantes na busca por recursos digitais.


No Brasil, porém, apenas 19% dos alunos afirmam ter recebido orientação de seus professores sobre como utilizar ferramentas de IA em atividades de aprendizagem, segundo a TIC Educação 2024. Ou seja, embora o uso dessas tecnologias esteja amplamente disseminado, ainda falta apoio pedagógico para garantir que sejam utilizadas de forma crítica, ética e alinhada aos objetivos educacionais.


Como apontado, 74% dos alunos buscam conteúdo por meio de sites de busca e 72% utilizam plataformas de vídeo como fonte de informação. Ou seja, o uso de tecnologia na aprendizagem não está mais restrito ao ambiente escolar. Ele é móvel, multicanal e exige das escolas e redes um novo olhar sobre o papel da mediação pedagógica.


Dados como base para decisões estratégicas


Com a conectividade mais disseminada, os dados da TIC Educação 2024 fornecem uma base concreta para que gestores públicos atuem de forma mais estratégica em suas decisões. Políticas de aquisição de dispositivos, programas de formação docente e estratégias de integração curricular de tecnologias digitais podem - e devem - ser sustentadas por evidências como essas.


A Unesco, em seu relatório “Reimagining our futures together” (2022), destaca que a integração significativa das tecnologias na educação deve partir de três pilares: 

  • Infraestrutura;

  • Formação docente contínua;

  • Desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências.


E é justamente nessa interseção que a atuação da MegaEdu se posiciona com maior autoridade.


Como os avanços chegam à sala de aula?


Além da TIC, dados do Censo Escolar 2024 mostram que o acesso à internet está presente em 90,2% das escolas de ensino fundamental e 97,1% das escolas de ensino médio da rede pública, reforçando a infraestrutura digital.


Como resultado desse acesso, um bom Wi-Fi em sala e dispositivos adequados em sala de aula, temos transformações visíveis na rotina escolar a partir dessa infraestrutura. 

Alunos e professores podem acessar plataformas educacionais, realizar pesquisas colaborativas e explorar recursos digitais alinhados ao currículo. A presença crescente de laboratórios móveis permite maior mobilidade e integração da tecnologia no cotidiano escolar.


Porém, para que a tecnologia deixe de ser apenas um recurso de apoio e passe a impulsionar aprendizagem significativa, é necessário atuar em prol da:

  • Formação docente contínua — professores precisam de capacitação não só técnica, mas também em metodologias de ensino digital, uso crítico de recursos, integração de IA e reflexão sobre segurança digital.

  • Políticas que promovam uso pedagógico efetivo — estimulem a incorporação de tecnologia nas práticas didáticas diárias, incluam dispositivos em planos de ensino, priorizem acesso equitativo dentro das redes (urbano/rural, escolas menores, etc.).

  • Avaliação e monitoramento — usar dados (como os da TIC, do Censo e de pesquisas independentes) para acompanhar não só se há conexão ou dispositivo, mas se os estudantes estão realmente usando esses recursos em sala de aula para aprender.


Na visão da MegaEdu, é fundamental que a conectividade esteja a serviço do projeto pedagógico das redes. Por isso, apoiamos gestores em diagnósticos, planejamento, formação e acompanhamento da integração digital, sempre com foco no uso significativo da tecnologia para ampliar oportunidades de aprendizagem.


Quais os desafios e próximos passos?


Com a infraestrutura cada vez mais presente, o novo desafio é transformar o acesso em aprendizagem significativa. Isso exige:

  • Ampliar a disponibilidade de dispositivos individuais para estudantes;

  • Oferecer formação docente continuada sobre o uso pedagógico da tecnologia;

  • Inserir temas como educação digital e midiática de forma sistemática no currículo;

  • Reforçar parcerias público-privadas e do terceiro setor para sustentar os avanços.


A MegaEdu acompanha de perto os dados da TIC Educação e outras pesquisas para orientar sua atuação junto às redes públicas. Seu trabalho está presente em 10 estados, além de outras 175 redes municipais ao redor do Brasil. 


A conectividade é uma ponte para a equidade educacional, e a organização atua em parceria com as Secretarias de Educação, oferecendo apoio técnico para diagnóstico, planejamento e execução de soluções de conectividade alinhadas à realidade pedagógica de cada rede.


No resumo, a TIC Educação 2024 é um marco histórico para a educação pública conectada. Os avanços registrados mostram que estamos cada vez mais próximos de garantir às escolas brasileiras a infraestrutura digital necessária para um ensino mais justo, equitativo e inovador.


Agora, o foco é transformar esse acesso em aprendizado e a MegaEdu segue comprometida em apoiar as redes públicas nesse caminho. Se você também acredita no poder da conectividade para transformar a educação, compartilhe este conteúdo e acompanhe o trabalho da organização.


Juntos, podemos construir um futuro em que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de aprender, se desenvolver e sonhar.



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